terça-feira, 20 de setembro de 2011

Utopia - City in My Head


Utopia foi a banda do guitarrista americano Todd Rundgren que misturava um som progressivo mais rocado e pitadas pop. Ou se preferir um prog- pop-rocado, dependendo da fase que se analisa. Sempre tido como uma banda underground, o Utopia tem uma discografia bastante interessantes e múscas não menos interessantes também como: "Utopia Theme" (clássico prog-rock instrumental, com única gravação ao vivo e seus quase 15 min. de duração onde todo o potencial técnico desta ótima banda parece ser explorado, "Caravan" (grande sucesso prog-pop-rock ), "Love in Action" (maior hit lançado por eles e assinatura frequente em rádios de classic rock mundias) entre outros. Esta coletânea que abrange a carreira do Utopia trazendo todos estes hits citados acima bem como outros desde a fase prog até a fase mais "arena". Tem também belo encarte com muitas informações. Para colecionadores, fãs ou simplesmente apreciadores de bons instrumentistas, marca registrada do Utopia.

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


Tryo é uma banda de rock progressivo chilena que traz um som que bebe nas águas turbulentas do King Crimson, principalmente na fase "Red" e "Nightwatch". O Trio chileno é composto de guitarra, baixo e bateria e é formado por professores de música. Um doos grandes grupos latinos dos anos 1990. Seus trabalhos foram lançados no Brasil pela Rock Symphony, mas estão esgotados. Este é o primeiro disco deles, de 1996 e importado dos EUA.

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Uriah Heep - The Lansdowne Tapes


Antes de sua formação final e ganhar o estrelato, os ingleses do Uriah Heep tinham o nome de Spice. Este CD DUPLO traz compilações de gravações do Spice, pré-Uriah Heep, e out-takes dos primeiros 3 discos do Uriah Heep, todas gravadas entre 1968 e 1971. Um verdadeiro documento para os fãs desta banda que já lançou discos antológicos como Salisbury, Demons & Wizards e Magician's Birthday, entre outros.

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Junior Wells - Come On This House



Junior Wells, nome artístico de Amos Wells Blakemore Jr. (9 de dezembro de 1934 - 15 de janeiro de 1998) foi um famoso cantor e gaitista de blues. Wells é conhecido por já ter acompanhado artistas como Muddy Waters, Buddy Guy, Bonnie Raitt, Rolling Stones, Carlos Santana e Van Morrison. Este é seu último disco de studio e além da técnica de canto deste velho bluesman, seu estilo faz seu disco ser além de bluseiro, dançante. O CD tem som 5.1 e faz com que vc se sinta dentro do salão em que ele está tocando. Bem legal.

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Nektar - Door To The Future


O Nektar é uma banda tão boa quando curiosa. Sempre foram rotulados como uma banda Alemã, mas seus integrantes são Ingleses que moravam na Alemanha e montaram uma banda por lá. A influência do Kroutrock Alemão com o estilo Inglês do progressivo proeminente do início da década de 70. Famosos por seus bons shows este lançamento é um Bootleg "Oficial", onde o repertório do início dos anos 70 contempla o melhor da carreira do Nektar.

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Ozric Tentacles é uma banda de progressivo, Inglesa, instrumental e que tem como característaicas a troca de componentes e o som extremamente viajante e instigante. Viajante porque a técnica de seus músicos é impressionantemente evoluída, assim como a sua habilidade para variar entre estilos que levam ao ouvinte a um estágio onde ele fielmente se convence que a banda é ótima e que seus músicos às vezes tocam de costas um para o outro. Isso porque o som passa por momentos de completa independência técnica produzindo um som harmônico, de grande sonoridade e imcomparável com o que tem no mercado. Este CD é o primeiro deles, de 1989, mas sua discografia alcança mais de vinte títulos.
Ozric Tentacles é um excelente exemplo de onde o progressivo pode te levar e um tapa na cara de quem diz que a música instrumental não tem mais lugar.

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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Censura

Mason's Pipe foi censurado em seu último post (Division Bell, do Pink Floyd). Sumariamente deletaram o post, ao invés apenas do link para donwload, não se importando com o texto que escrevi ou das opiniões que foram expostas por usuários, que são pessoais, espontâneas e originais.
Por não aceitar este tipo de manifestação contrária à liberdade de expressar opinião e divulgar, sem fins lucrativos, música e cultura, o Blog será desativado e deletado em breve. Se retornar, será sem links para download e com outro nome.
Quem se acostumou a ler minhas resenhas e contribuiu muito para a motivação do blog existir com participações, todas sempre construtivas e positivas, poderá, dependendo do futuro a ser decidido, acompanhar a continuação da divulgação de minha coleção particular de discos, porém terá que procurar os links em outros blogs, que não sei porque, expõe o que querem sem serem censurados.
Sei lá a quem incomodei.
Sem mais.
Mason.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Richard Wright - Broken China (1996)



Morreu ontem Richard Wright, tecladista do Pink Floyd. Membro fundador da banda, foi autor de várias músicas na discografia do grupo. Também era um de seus vocalistas e integrante de destaque na sua fase áurea, ou seja, quando o som do Floyd foi mais progressivo. E a prova disto são seus discos solo. O primeiro, de 1978, Wet Dream, postado abaixo, e este aqui, dezoito anos depois, lançado dois anos após sua ótima participação no último trabalho de estúdio do Floyd, o Division Bell, de 1994.
Como admirador do Floyd, cresci ouvindo Richard Wright e é impossível não me sentir triste com esta prematura partida. Em 2006, pude assisti-lo no show do David Gilmour, com as fotos postadas abaixo, e ele atuou em ótima forma, digo, cantando e tocando muito bem.
Neste disco, Wright mostra a atualização progressivo-eletrônica que havia lançado no Floyd, e que faz seu som ainda estar inserido em um contexto que não existe mais. Sim, Broken China é um disco de progressivo. E bom, coisa raríssima no meio dos 90's. Com ótimos instrumentais, ambientes bem progressivos, melódico e com um som atualizado tecnológicamente, Wright faz um disco moderno em sua construção, mostrando ainda ser um músico bastante criativo. Meus destaques são para "Runaway", um prog-eletrônico instrumental bastante interessante, "Sweet July", outro ótimo instrumental e "Breakthrough", que foi belíssimamente apresentada no DVD lançado por David Gilmour, In Concert, em 2002. Todas as músicas são compostas por Wright, mas as letras não. Por sinal, nenhuma letra é dele. São 16 músicas, oito cantadas, todas por Wright, e duas com Sinead O' Connor ("Breakthrough" e "Reaching for The Rail").
O fato dele só ter composto músicas, ou seja, a parte instrumental, me deixou pensativo e reflexivo. Ouvindo estas músicas, percebe-se claramente a "Aura Floydiana" na veia do disco.
Aqui a homenagem de um fã. O Pink Floyd, definitivamente, acabou.

domingo, 7 de setembro de 2008

Milton Banana Trio - Balançando - 1966


Já que falei de trios, e de gênios, este é o que chamo de um verdadeiro Power-Bossa-Samba-Jazz Trio, brasileiro, num disco muito difícil de achar, muito prazeroso de ouvir e muito raro das pessoas conhecerem, ou lembrarem.
Milton Banana é tido como o músico que levou a Bossa Nova à bateria. Tinha um som vibrante e contagiante, diferente do estilo devagar, baixinho e sussurrado, que muito marcou e rotulou a nova onda mundo afora. E ele tocou lá também, no mundo afora, talvez tanto quanto tocou aqui. Com ótima técnica, Milton Banana produziu uma sonoridade que o colocava em um patamar musical tal, onde ele era um baterista que tinha uma banda, e não o contrário. E fazendo música instrumental, o que sempre foi mais difícil, mesmo no mercado brasileiro, mesmo no "Brazil '66".
Meu pai tinha este vinil e eu lembro de ficar ouvindo direto quando criança, pois sempre me chamou a atenção a técnica na execução das músicas. Um dia, há muito tempo, achei em CD e comprei. Era uma edição barata, tosca, da EMI brasil, sem grandes informações, mas que me surpreendeu pela boa qualidade da gravação. Depois nunca mais vi este disco em lugar algum.
Considerado "Rei do Ritmo", Milton Banana faleceu em 1999, no Rio de Janeiro, aos 64 anos. No seu velório chamava a atenção uma coroa de flores com os dizeres: "A Milton, a quem o Brasil não homenageou nem reconheceu nunca. Ass.: todos os músicos do Brasil", que se soube ter sido enviada por João Gilberto.
Bom, aqui vai um brevíssimo reconhecimento.
Sinceramente, eu, muito roqueiro, nunca fui fã de Bossa Nova, nem dos músicos que a rotulam e consagraram. Mas este disco em especial, é minha referência positiva do estilo e de como ele pode ser realmente sensacional.
Fiquem parados, se conseguirem.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Jeff Beck - Beck, Bogert & Appice - 1973


Este é o primeiro trabalho de Beck pós Jeff Beck Group e também uma ótima oportunidade de conferir um verdadeiro Power-Fusion-Jazz-Rock Trio, com um excelente trabalho dos músicos, todos de primeira linha. Tim Bogert (baixo) e Carmine Appice (Bateria) são uma cozinha bastante entrosada, pois já vinham juntos de outras bandas (Vanila Fudge e Cactus). Ou seja, com cozinha boa, cozinheiro faz a festa. E não deu outra. Em bela preformance, Beck vai comprovando cada vez mais sua evolução técnica e de estilo. Mas ao mesmo tempo, parece que seu som se afasta dos audiófilos convencionais do mercado roqueiro. Mesmo recebendo rasgados elogios em seus trabalhos, só ouve o som de Beck, e permanece com ele, quem conhece som. Por mais que até se tente reviver as auroras dos power-trios tipo Cream, Hendrix Experience, etc, já não se contava mais com grandes Power-Trios no mercado. O progressivo e o refinamento do Rock, a evolução dos estilos, aliado ao avanço tecnológico, fez as bandas aumentarem de componentes.
O tecladista nunca foi tão valorizado como na segunda metade dos anos 70 e 80, tanto técnico quanto comercialmente falando.
Mas e o que Beck tem a haver com isso? Bom lá está ele de novo na contramão do mercado, lançando-se exatamente em um Power-Trio. Onde os ouvintes geralmente procuram por um som mais direto, encontram as mais indiretas escalas e solos de Beck, que como citado, aproveita a "cozinha" ensaiada e serve seu cardápio sonoro.
Aos amantes do gênero, um prato cheio.
Destaque para o cover de "Superstition", original do Stevie Wonder, que conta-se, teria feito esta música para Beck . Como este estava se recuperando de um acidente de carro que o deixou meio torto e quase um ano fora do circuito devido a um pancadão na cabeça, Wonder gravou ele mesmo. A música estourou, todo mundo gravou, e Beck, Bogert & Appice gravaram também. E se me permitem, executada em grande estilo, principalmente por Beck.
Pela técnica dos músicos, vale ouvir este disco com headfones.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Black Sabbath - Heaven And Hell - 1980


A postagem deste CD é uma homenagem a Alexandre Señorans, meu amigo, meu compadre, meu irmão, que nos deixou, prematuramente, de repente, infelizmente.
Este disco me lembra ele pois, à época adolescentes, ele adorava Black Sabbath e eu apresentava Pink Floyd. Roqueiros, formamos um grupo de amigos no início da década de 1980, quando fazíamos curso técnico de Mecânica, no CEFET-RJ.
Muito Rock'N'Roll em seu Maverick preto e dificílimos shows de Rock em VHS em seu apartamento na Tijuca. Viramos família.
E após 26 anos de convivência, veio por telefonema de outro irmão desta, a trágica notícia. Na minha lembrança, a primeira música que veio à cabeça ao lembrar de você foi "Die Young".
Aí está.
Este disco é o primeiro do Sabbath com Ronnie James Dio no vocal, substituindo Ozzy Osbourne. É um petardo. Banda boa, afiadíssima, e com um dos melhores vocalista do Rock. Discaço.
E mais uma vez vem meu amigo à memória, chegando com uma camisa do primeiro disco solo do Dio pós Sabbath, Holy Diver, dizendo: "Dio, come ti amo".
Figura diferenciada, de formação ímpar, meu amigo é uma das pessoas mais brilhantes que encontrei na vida.
A você querido irmão, onde estiver, esta singela homenagem.
Até.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Jeff Beck - You Had It Coming (2000)

Blues ano 3000.
Este disco é um trabalho diferenciado de um guitarrista que atingiu um nível técnico tal, que seus sons tirados da guitarra não mais se assemelham a solos tradicionais ou previsíveis de escalas e notas em abundância, sejam bem tocadas ou não.
Beck extrai sons guturais de sua guitarra e apresenta aqui a simbiose entre instrumento e domador, onde literalmente o que pensa, ele faz. Assina sete das dez músicas do disco, mas sozinho só compôs uma, e de um minuto e vinte e sete segundos.
O disco, apesar das 10 músicas, tem só 34 minutos gravados. Para o segundo milênio, Era CD/DVD, lançar um disco com duração de disco de vinyl e "soluções" experimentais geniais na guitarra, e um tanto indigestas e de difícil assimilação, é quase que uma simbologia para alguém que esteve no passado criador do Rock, como o conhecemos hoje, e para o "mercado" atual de guitarristas em carreira solo. Beck assim parece prever o futuro daquele, e deles.
Este não é um disco semelhante a nada postado de Beck abaixo, mas uma evolução daquilo, naquilo que um artista que continua a se aprimorar com o passar dos tempos pode chegar, não estacionando em um modelo que o represente ou rotule.
Ouvindo um disco como esse me vem à cabeça uma questão que sempre tive em mente: se vivo, que tipo de som Hendrix estaria tocando? Bom, Beck teve a oportunidade de mostrar.
Os gênios sempre evoluem. No ano 3000 talvez toquem Blues assim.
Para iniciados.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Jeff Beck - Wired (1976)


Excelente trabalho de Beck, que consolida seu power-fusion-jazz-rock-fuckin'-blues, em grande performance técnica e criativa.
Porém um detalhe chama a atenção. Beck não compõe nenhuma música do álbum; ele é apenas o guitarrista do disco. Um tremendo guitarrista diga-se de passagem, tocando mais até do que no Blow-By-Blow. Neste último assina quatro músicas em nove do disco. No último disco do Jeff Beck Group, o homônimo de 1972, que será adicionado a seguir por ter sido recentemente incorporado à minha coleção, assina cinco em nove.
Ou seja, enquanto outros guitarristas de sua época deixavam marcas com suas composições, Beck se fixava como um excelente guitarrista; talvez mesmo o que ele mais quisesse ser.
Vai saber? Certo mesmo é que a onda Rock & Blues já não era mais seu único horizonte, e a transformação de seu estilo vem acompanhada de grande evolução dele como músico.
Wired é um baita trabalho de um excelente guitarrista, excelentes músicos e ótimas músicas. Não se tornará seu disco preferido e nem é daqueles de se ouvir sem parar, mas certamente é uma peça obrigatória na coleção de qualquer apreciador de guitarra bem e originalmente tocada.
Para a galera assídua do blog, vale a conferida e uma comparada com o estilo do David Gilmour, principalmente em seu primeiro disco solo (o homônimo postado mais abaixo).
Cinco estrelas.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Jeff Beck - Blow By Blow (1975)


Aqui temos Beck já em carreira solo, e mais uma vez, mexendo na banda, mantendo apenas o tecladista Max Middleton. Músico de Jazz, Max era a ponte perfeita para o experimentalismo de Beck. A distância de seu som para o que faziam na época Page e Clapton é assombrosa. A técnica é sempre perfeita e em evolução, mas enquanto os dois últimos estavam cada vez mais enveredados no Rock e no Pop, detonando suas carreiras com o estrelato milionário, Beck conseguia o reconhecimento que perseguia, porém mais da mídia do que do público. Ou até tem o reconhecimento de toda a comunidade roqueira, mas seu público é mais seleto e, conseqüêntemente, menor.
Blow By Blow é um discaço. Uma jam fusion em Jazz-Rock com pitadas de Blues e Funk, onde Beck dispara técnica espetacular. Mas seu som não é de tão fácil assimilação, como são praticamente todos os guitarristas de ponta de sua época. Não que ele tenha sido injustiçado, mas procurou um caminho diferente para seguir, que não foi tão brilhante comercialmente mas tecnicamente foi perfeito. Este disco é todo instrumental e um convite à técnica. Porém, para época em que foi lançado, competindo com "Phisycal Graffite" do Zeppelin, com Clapton vindo do "Ocean Boulevard" e com o ótimo ao vivo na praça "E.C. was here", Jeff Beck ficaria para trás do massivo sucesso que merecia, isso só para citar os companheiros de Yardbirds. No ano seguinte, Beck lançaria o extraordinário "Wired" e voltaria a chamar a atenção, porém não teria o mesmo sucesso deste. Mas isto é assunto para outro post.
Então, aqui não se ouve mais um guitarrista de Rock, mas um gênio destilando sua técnica para contemplação, flerte claro no jazz e fusion, mas os amantes mais ortodoxos do estilo rockado poderão achar um tanto quanto enfadonho.
Acho um discaço, mas para iniciados.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Jeff Beck Group - Out of a Book (Live 1971)


Este bootleg, de uma apresentação em Londres (selo OH BOY, um dos melhores de boots que existe), é tão bem gravado que é difícil acreditar não ter sido oficializado. E não seria nada mal se o fizessem. Além da qualidade sonora e técnica, não há nada oficial ao vivo do Jeff Beck Group nessa época. Esta formação já não conta mais com Rod Stewart e Ron Wood mas, em compensação, tem Cozy Powel na bateria e é a mesma dos álbuns "Rough & Ready" e "The Jeff Beck Group", de 1971 e 1972, respectivamente, últimos trabalhos do grupo e de Beck como "frontman" de uma banda. Este show é pautado nos quatro discos do Jeff Beck Group e mais uma música que seria lançada no "Blow By Blow", de 1975, próximo e mais elogiado trabalho de Beck (atingiu #4 nos EUA) já assumindo carreira solo. Por sinal, neste último, que será postado adiante, nota-se a distância de som entre Beck e Clapton & Page.
Completam a banda Clive Chamen no baixo, Bob Tench nos vocais e Max Middleton nos teclados. Ouvindo um disco como esse, digo, que não foi lançado oficialmente sabe-se lá porquê, é que fico pensando em quantas gravações ou mesmo filmagens de apresentações não foram lançados. Recentemente muita coisa vem aparecendo no mercado, muito graças às técnicas digitais de recuperação de dados, porém é fato que muito foi perdido.
Também ouvindo este disco, podemos contemplar uma apresentação perfeita de um guitarrista diferenciado, com uma banda afiadíssima e que claramente já se afastava do Rock e do Blues que dominavam o cenário musical (ou comercial) da época.

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Jeff Beck Group - Truth & Beck-Ola (1968/69)

Lendo uma entrevista do David Gilmour na revista Guitar Legends, n° 22, ele diz: "Não sou fã de muitos guitarristas de Rock. Jeff Beck é meu favorito." Não é para se surpreender.
Beck é realmente um guitarrista diferenciado. Ouvindo estes discos de, respectivamente, 1968 e 1969, encontra-se fácil muito do que Gilmour fez na sua carreira.
Estes são os primeiros dois discos do Jeff Beck Group, que contava ainda com Rod Stewart nos vocais, Ron Wood no baixo, Nicky Hopkins no teclado, além de Mike Walter como baterista do primeiro disco e Tony Newman do segundo.
Beck desde cedo já mostrava que além de não conseguir pertencer a nenhum grupo específico, também era difícil os mesmos músicos ficarem com ele. A formação de sua banda variava de disco em disco. Isso é um fato.
Assim também como é fato que ele é realmente bem diferente de seus companheiros de Yardbirds, Eric Clapton e Jimmy Page, estes sim mais parecidos um com o outro, até no estrondoso sucesso de suas bandas: o Cream e o Led Zeppelin.
Já Beck é aquilo que chamamos de guitarrista do futuro, o diferente, tanto na criação como na execução da guitarra. Tanto Clapton quanto Page são grandes guitarristas, um era deus, outro bruxo; mas Beck é gênio - ou como o próprio Gilmour define: "A dammed fine player."
Este som é uma alternativa ao Cream e ao Led Zeppelin da época, mas uma alternativa não porque o som das bandas eram tão diferentes, mas porque o guitarrista era.
E este diferencial era Jeff Beck.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Richard Wright - Wet Dream (1978)


Se o disco do Gilmour é um disco de guitarrista e não de progressivo, este aqui é um disco de tecladista, e também de progressivo! E um progressivo de ótima qualidade, diga-se de passagem, com um ótimo tecladista, Richard Wright. Posso afirmar sem medo de errar que este é o melhor disco solo de um Floyd até hoje, musicalmente falando. Também traz uma grande harmonia com as canções do Wright lançadas no Pink Floyd como "Remember a Day", "See-Saw" e "Summer 68", respectivamente de Saucerful of Secrets, de 1968, e Atom Heart Mother, de 1970, discografia que ainda não vimos aqui no blog, mas que aparecerá mais adiante, mostrando que Wright tinha sim uma regularidade criativa bastante interessante.
O que também intriga é como sua carreira como músico praticamente acaba aqui. Em 80 é demitido do Floyd por Waters, em 84 grava um disco horroroso, numa banda chamada Zee, e só volta realmente a aparecer bem com o Division Bell, do Floyd, em 1994, e em outro disco solo, Broken China, de 1996. Também apareceu em 2006 excurcionando com Gilmour na turnê do On A Island e fotos podem ser vistas no post mais abaixo sobre um destes shows.
Este disco recai naquela questão sobre a criação no Floyd, que retratamos em Animals. Se Wright estava com tão boas músicas no bolso, é incrível que nenhuma delas entrasse no repertório do Floyd, visto que este disco é muito mais floydiano do que o de Gilmour, por exemplo.
Quando falo que este disco é progressivo e floydiano não estou brincando, tanto que, para quem se lembra da Rádio Eldo-Pop, uma FM experimental que tocava progressivo o dia inteiro nos anos 70, a música "Waves" deste disco, tocava direto. Esta é realmente uma música execpcional, com toda a categoria do saxofone do rodadíssimo Mel Colins, que também faz belo solo de flauta em Pink's Song (na verdade, a discografia de participações deste cara é enorme, além das bandas que já tocou como King Crimson, Camel, Caravan e Alan Parson's Project).
Todo o teclado do disco e os vocais são do Wright, assim como todas as composições, dividindo apenas a letra de "Against The Odds" com sua esposa, Julliete.
Completam o time de músicos o guitarrista Snowy White (que já vinha se apresentando com o Floyd na turnê do Animals e mais tarde, em 79, seguiria para o Thin Lizzy, um bandaço de Rock da Irlanda), o baterista Reg Isadore (que tocou com Robin Trower em seu mais aclamado disco, Bridge of Signs, de 1974) e o baixista Larry Steele.
Portanto, o que temos aqui é um compositor de primeira, uma banda excelente, e um disco imperdível.
Se Waters deixasse...

sábado, 15 de dezembro de 2007

David Gilmour - David Gilmour (1978)


O Pink Floyd pararia em julho de 77, mas seus integrantes não. Como que para própria afirmação, Gilmour e Wright disparam seus discos solos quase que em seqüência, no início de 78, enquanto Mason atacava de produtor no segundo disco da banda punk The Damned e no quarto disco do guitarrista inglês Steve Hillage, "Green".
Em relação a este aqui, o que temos é muito mais um disco de guitarrista do que um disco de progressivo, com Gilmour cantando e tocando canções. Algumas são realmente excelentes, como "There's no Way Out Of Here", "Cry From The Street", "So Far Away" (onde toca piano), "Short and Sweet", "Raise My Rent" (instrumental na guitarra, sensacional) e "No Way", para mim, são destaques. Esta última pode ser conferida neste link, na época de lançamento deste disco, com Gilmour aos 32 anos de idade e em grande forma: http://www.youtube.com/watch?v=Ev6LiLdkKDE
Portanto, classifico seis músicas em nove como ótimas, sendo que as três que não incluí não são ruins, tocam muito bem. A banda é Gilmour e mais dois amigos de épocas anteriores ao Floyd, e dão uma sonoridade bastante prática ao disco, que diga-se de passagem, execelentemente gravado em um estúdio na França, o mesmo que Wright usaria para gravar o seu.
Este foi meu primeiro disco de vinil "importado" (o que na época era bastante valioso). Tocou sem parar e ainda tenho ele guardado em perfeito estado. Recentemente foi lançado o CD aqui no Brasil, em versão remaster. Imperdível.
Vale muito a pena este disco, é impossível ouvir "Raise My Rent" uma vez só.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Pink Floyd - Plays The Animals (09/05/1977)


Este aqui é um dos melhores bootlegs que tenho. Nele podemos comtemplar uma primorosa apresentação do Pink Floyd, tocando exatamente estes dois últimos discos postados abaixo, ainda dentro da última turnê deles antes do lançamento do "The Wall" (que é pela primeira vez apresentado em público só em fevereiro de 1980, não sendo tocado antes de seu lançamento, como os discos anteriores). A qualidade da gravação é ótima.
Este show é quase dois meses antes que o "Live USA" postado abaixo, mas também já apresenta sintomas de que algo não vai bem. Embora a performance da noite seja excelente, Waters erra na segunda estrofe de "Have a Cigar?", cai na gargalhada e ainda entra errado na terceira. Há um detalhe em "Shine On" VI : ou fizeram um corte com mixagem na gravação e prensagem do cd, ou Waters erra de novo ao entrar cantando antes do tempo, pois sua voz sobrepõe o final do solo do Gilmour.
Neste show, o "Animals" e o "Wish You Were Here" são tocados inteiros, além de "Money" (fenomenal), "Us And Them" (sensacional com Gilmour cantando quase toda sozinho) e "Careful With That Axe, Eugene" (com um arranjo moderno e muito bacana, numa de suas últimas apresentações no reportório ao vivo do Floyd). Também é possível ouvir a guitarra de Snowy White em background (o solo de "Pigs on The Wing" II é dele), além do sax de Dick Parry que está perfeito sempre que aparece. Nesta turnê por sinal, o "Dark Side" já não é mais apresentado inteiro, algo que só voltaria a acontecer no Pulse, de 1994.
Eu particularmente sou um grande fã do Floyd em geral, mas esta fase da banda, e em especial este show, vejo um David Gilmour em excelente forma técnica e artística, quero dizer, tocando e cantando muito bem. Percebo uma preformance destacada dele neste show, mesmo com todos os músicos se apresentando muito bem, e mesmo com Waters pré-surtando.
É ouvindo uma apresentação como esta é que dá para se perceber a sonoridade das músicas do Pink Floyd ao vivo, e entender porque sempre foram aclamados em seus shows.

CD 1) 1- Sheep 2- Pigs On The Wig 3- Dogs 4) Pigs On The Wing II 5- Shine On You Crazy Diamond (1-5)


CD 2) 1- Welcome To The Machine 2) Have a Cigar? 3) Wish You Were Here 4) Shine On You Crazy Diamoind (6-9) 5) Money 6) Us And Them 7) Creful With That Axe, Eugene.

Pink Floyd - Animals (1977)


"Animals", de janeiro de 77, é o disco que inaugura uma nova fase no Floyd. O "Wish You Were Here" foi a pá de cal sobre o Pink Floyd grupo, agora era banda do Roger Waters mesmo, mesmo que um tanto disfarçado. Gilmour assina "Dogs" com Waters e isto era quase metade de todo o trabalho do disco, mas no final das gravações, Waters aparece com duas "mini-músicas", "Pigs on The Wing 1 & 2", para abrir e fechar o álbum. Isso causou um mal estar na época, pois os royalties das publicações eram por quantidade de músicas nos discos e não pela duração das mesmas. Desta forma, e como "Dogs" foi deixada inteira (e não separada como "Shine On You Crazy Diamond", por exemplo), Waters ficou com duas publicações a mais. Este tipo de coisas causariam tensões maiores adiante, principalmente com a recusa de Waters em aceitar opiniões e co-participações nas músicas que viriam. E para até dizer a verdade, nem precisaria, pois o próximo trabalho seria o "The Wall", algo que para confirmar o que o Pink Floyd havia se transformado: banda de Roger Waters. Por sinal, Waters apareceu com "The Wall" e "Pros and Cons of Hitch Hiking" para serem votados como o próximo trabalho do Floyd e, felizmente, o primeiro foi mais votado. "Pros and Cons" viria a ser o primeiro solo de Waters pós Floyd.
"Animals" é um disco diferente de tudo que o Floyd já havia feito, um pouco mais pesado, mais sarcástico e seguindo uma linha crítica ao invés de reflexiva. Mas em termos de performance, a banda não deixa a desejar em relação ao disco anterior. Mason, tem um trabalho mais aparente neste disco, o próiprio Waters está tocando e cantando muito bem, enquanto Wright assume que sintetizadores são mais sua praia do que as harmonias em piano. Mas, na minha opinião, o que temos mesmo em "Animals"é uma grande performance de Gilmour, principalmente em "Dogs", carro chefe do disco, onde ele leva a música nas costas, ou melhor, nas mãos e na voz, com solos excelentes e vocalização perfeita. Também é nesta época que aparecem os rumores de que era Gilmour quem tocava baixo na maioria das músicas em estúdio e não Waters. Mas ao vivo a coisa não era assim, e reputo isso então como uma leviandade. Declaradamente o primeiro baixo que se ouve em "One of These Days", do "Meddle", é realmente Gilmour, depois é que Waters entra, fazendo o som dobrado do baixo.
Lançado dois anos depois de "Wish You Were Here", este disco mostra o quando a questão da criação jé estava comprometida no Floyd, principalmente porque, como vimos abaixo, "Sheep" e "Dogs" já eram apresentadas desde 1974. Mesmo sendo esboços na época, mostram que estas músicas estavam à disposição para serem lançadas. E até eram para terem sido no disco anterior, mas, como dito abaixo, Gilmour foi voto vencido. Com mais uma música temática e duas pequenas de abertura e fechamento, "Pigs" e "Pigs On The Wing 1 & 2", respectivamente, Waters deu notas finais ao disco, mas sua espinha dorsal há muito já estava pronta.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Pink Floyd - Live USA (02/07/1977)


Este bootleg, gravado no Madison Square Garden, em NY, é muito interessante porque traz o "Wish You Were Here" inteiro, como se fosse o próprio ao vivo do disco acabado e pronto. E é também uma apresentação perceptívelmente tensa do Floyd. Excelente, mas perceptívelmente tensa. Quatro dias depois, 06 de julho, no Estádio Olímpico de Montreal, Waters cuspiria em um fã histérico, no 52° show de uma turnê Europa-EUA-Canadá, que começou em 23 de janeiro, mais precisamente em Dortmund, na Alemanha. A coisa foi tão feia que o Floyd só voltaria a se apresentar ao vivo para turnê do "The Wall", em fevereiro de 1980, já com um muro construído para isolar a banda do público e em lugares para lotação máxima de 5000 pessoas. A idéia que Waters teve em 75, ganhava luz.
Percebo neste show, que já conta com Snowy White como guitarrista e baixista de apoio (ele inclusive sola na introdução de "Have a Cigar?"), que Gilmour está com a mão bem pesada, com uma guitarra rasgante, tocando muito bem mas de uma forma mais "hard". "Have a Cigar?" por sinal está o bicho e junto com uma "Wish You Were Here" belíssimamente tocada e interpretada, fazem o ponto alto do show. Waters, já no limite, meio que começa a se apresentar de forma teatral, Rick Wright tem ótima performance e o Mason parece um baterista fúnebre.
A gravação do show é excelente e, para época, poderia ser colocado como um disco oficial, um verdadeiro "Wish You Were Here Live", quase dois anos depois do seu lançamento.
Show muito legal.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Pink Floyd - Wish You Were Here (1975)


Este é o que eu considero o máximo criativo e perfeito do Floyd. Isto é a minha opinião, quero deixar bem claro, assim como quero deixar bem claro que falo do Floyd como um conjunto, um grupo, e não o que viria ser depois, a banda de Roger Waters (e também excelente, diga-se de passagem).
Este disco é perfeito. As músicas, as melodias, as letras, os solos do Gilmour; as composições são realmente de primeiríssima qualidade, algo realmente na dimensão do Floyd. O que também me impressiona é que justamente este disco que eu tanto adoro e considero uma perfeição até maior que o "Dark Side" (por favor, é minha opinião), foi gravado em completo turbilhão da banda, com os membros mal se falando ou mesmo olhando um na cara do outro. Era o Pink Floyd que ninguém conhecia que estava lá gravando, um bando sem nenhuma vontade de fazer aquilo, de saco cheio do show business, ricos depois de "Dark Side of The Moon" e achando que não haveria mais nada a fazer ou acrescentar depois dele. O disco já estava pronto na forma que estava sendo apresentado ao vivo, nos shows abaixo. A banda procurou então fazer alguma coisa que teria a haver com o que eles estavam passando e sentindo na época: uma grande desilusão com tudo, com os shows, com a sombra de Syd e no que ele se transformou, com o mercado fonográfico - e isso foi fundamental para dar alguma motivação para criar. Daí sacaram "Raving e Drooling" e "You've Got To Be Crazy" (a contra gosto de Gilmour, mas foi voto vencido), e entraram com "Welcome to The Machine", "Have a Cigar" e "Wish You Were Here".
Existe também o histórico episódio de Barret ter aparecido em Junho de 75, durante as gravações do álbum, gordo, cabeça e sombrancelhas raspadas, irreconhecível, algo que também deprimiu bastante a todos, mas também inspirou Roger a escrever sobre ele e mexeu com a própria banda para terminar o trabalho.
Por isso este seja um disco tido como uma homenagem a Syd Barret, mas apenas a letra de "Shine On You Crazy Diamond" é para ele, a música não. Waters fez a letra depois que Gilmour apareceu com as primeiras frases da música, que foi sendo completada "com a adição de pequenas idéias musicais vindas de várias pessoas" (Waters), até ficar pronta; exatamente como foi com "Echoes", um monte de idéias reunidas que viraram músicas (e que músicas!). "Welcome to The Machine" fala sobre a relação e a adulação da indústria fonográfica (the machine) com os músicos, "Have a Cigar" também é uma crítica ao mercado e o que realmente importa nele ( "The band is just fantastic, that is really what I think. Oh by the way, which one's Pink?"), e "Wish You Were Here" Roger Waters fez para o pai dele. Portanto, a "presença" de Syd no disco não é tão forte quanto decantada (ou tão comercialmente decantada) em sua originalidade. Mas é impressionante como se encaixa perfeitamente naquela figura.
Ou seja, este maravilhoso disco, obra sensacional, e o que mais eu poder tecer de elogios sobre ele, não representa o Floyd saboreando o sucesso alcançado mas sim uma banda fragmentada, sem vontade e triste com o que haviam se transformado (uma máquina de vender discos e autônoma, sem mais identificação com os integrantes ou seu público). Havia um grande "temor" entre eles do tipo, "o que somos sem a marca Pink Floyd?" Pouco depois Gilmour e Wright lançariam discos solo.
Tudo isso sobre o "Wish You Were Here, este disco maravilhoso, me lembra um filme que vi, "Uma simples formalidade" com Gérard Depardieu & Roman Polansky, onde o primeiro fazia o papel de um escritor excêntrico, enquanto o segundo de um grande fã seu. Após recitar vários trechos que achava sensacionais nas suas obras, o fã ouve do escritor que ele nunca deveria conhecer seus ídolos ou perguntar como certa coisa que lhe agradou foi feita, pois a inspiração poderia ter vindo de um ataque de diarréia com seu criador sentado na privada. Melhor manter as ilusões.
Não é a mesma coisa, mas lembrei desse filme.
Este disco, dois anos depois do "Dark Side" teve seu brilho ofuscado pela grande vendagem que ainda tinha seu antecessor, sendo reconhecido como uma grande obra tempos mais tarde.
Justiça tarda mas não falha.
Shine On!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Pink Floyd - Randon Precision (16/06/1975)


Este é um tremendo show.
Três meses antes do lançamento do "Wish You Were Here", o Floyd continuava uma turnê americana que tivera a primeira parte em Abril com 18 shows, parou para gravação do novo disco, voltando em junho para mais 15 shows. Esta turnê termina no aclamado show de Knebworth de 5 de julho de 75, uma apresentação perfeita em som quadrifônico, telão com projeções e até avião voando por cima das cabeças dos espectadores; neste dia o Pink Floyd foi muito elogiado tanto por fãs quanto pela crítica especializada. O set-list é o mesmo deste show aqui, em Nova York, menos de um mês antes. A banda está perfeita, em noite inspirada e Dick Parry está presente no saxofone. O show começa com "Raving and Drooling", infelizmente só a segunda metade está gravada, e "You've Goota Be Crazy", muito bem tocada, por sinal, com Gilmour em ótima forma. Aí vem "Shine On You Crazy Diamond", já dividida em duas partes e com "Have a Cigar" fazendo a ponte - E que ponte! A volta para segunda parte de "Shine On" é imediata, numa pancada na moleira dos espectadores. Conta até com solo de baixo de Roger Waters na penúltima parte, VIII, fechando maravilhosamente o primeiro set do show, numa peça de 28 minutos ininterruptos de música. Muito interessante também é ouvir Gilmour e Waters cantando "Have a Cigar", difícil para os dois. No show do Knebworth eles levaram Roy Harper, o mesmo que canta no disco.

O segundo set é o "Dark Side" inteiro, numa apresentação brilhante onde "On The Run" é uma loucura eletrônico-psicodélica, "Time" e "Money" são o quintal do Gilmour e "Any Colour you like" é uma sonzeira contagiante; altíssimo nível . O "encore" é "Echoes", com um solo de saxofone que dá uma sonoridade diferente à música, algo para mim inédito até ouvir esta gravação.

O show é memorável e é impressionante como o Pink Floyd sempre melhorava. O ponto negativo do boot é que não tem a primeira metade de "Sheep", que abre o show, e "Us and Then" está cortada, tocando só a primeira metade - um sacrilégio, pois estava uma viajem!

Foi também nesta turnê que Roger Water comentou pela primeira vez em construir um muro entre os músicos e a platéia; eram os primeiros sintomas que o cara estava curto-circuitando, o bicho pegaria mesmo em 1977.

O motivo era a histeria que havia se transformado os shows do Floyd, que historicamente causavam espanto de tão ordeiros e silenciosos que eram os espectadores, até mesmo na compra dos ingressos. Esta transformação incomodava a todos eles, não só Waters; mesmo Wright perguntava: "como podem nos ouvir fazendo tanto barulho?"

Após o sucesso do "Dark Side of The Moon", os shows do Floyd passaram a ter enorme demanda por ingressos, ficaram maiores, mais barulhentos e assobios e gritos no meio das músicas incomodavam a banda (exemplos disso são claramente audíveis no começo de "Shine On You Crazy Diamond"). Isso tornou-se insuportável na turnê do "Animals", em 77, chegando ao ponto de Waters cuspir na cara de um fã, no Canadá.

Esta gravação é de muito boa qualidade e o show é ótimo, banda nos cascos, Gilmour tocando pra cacete, repertório perfeito, uma noite memorável.

CD 1 - 1) Raving and Drooling 2) You've Got to Be Crazy 3) Shine On You Crazy Diamond 1-5 4) Have a Cigar? 5) Shine On You Crazy Diamond 6-9 6) Speak to Me 7) Breathe 8) On The Run 9) Time 10) Breathe (reprise)

CD 2- 1) The Graet Gig in The Sky 2) Money 3) Us And Then 4) Any Colour You Like 5) Brain Damage 6) Eclipse 7) Echoes

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Pink Floyd - Black Holes in The Sky - Wembley, London (16/11/74)


Gravado em 16 de Novembro de 1974, no Empire Pool, em Wembley, este bootleg traz o show completo desta noite da fomosa "British Winter Tour". E é um baita show. Começam apresentando "Shine on You Crazy Diamond", inteira, numa peça única de 24 minutos; a seguir vem "Raving And Drooling" e "Got To Be Crazy", músicas que bem mais a frente se chamariam "Sheep" e "Dogs", entrando não no próximo disco, "Wish You Were Here", de 1975, mas sim no "Animals" de 1977. Já mencionei que eles sempre trabalhavam as músicas que seriam lançadas antes, em turnê, e aperfeiçoavam de acordo com a receptividade e de como achavam que soavam ao vivo. É bastante perceptível as mudanças antes e depois dos lançamentos dos discos "Dark Side of The Moon", "Wish You Were Here" e "Animals".
Neste show o Floyd já se apresenta com saxofonista Dick Parry, além de "backing vocals" femininos, para parte do "Dark side of the Moon". "Shine On You Crazy Diamond", ainda em estado embrionário, não continha o solo de saxofone, enquanto "Dogs" e "Sheep" ainda sofreriam drásticas mudanças tanto na letra como na própria música. É interessante prestar a atenção à apresentação do já lançado e aclamado "Dark Side of The Moon", bem próxima do que é o disco e diferente das apresentadas antes do lançamento. "The Great Gig in The Sky", por exemplo, já conta com a parte vocal e "On The Run" é uma aula de efeitos sonoros e o que mais viria no futuro a se chamar música eletrônica. Neste show, a parte do "Dark Side" foi transmitida ao vivo pela BBC e isso gerou vários bootlegs, porém este é o único com toda a performance daquela noite. Neste link você encontrará as fotos do show do dia 14, dois dias antes do deste post, e no mesmo lugar:
http://www.pinkfloydz.com/wembley74/a.htm
Foram quatro noites no "Empire Pool" (14 a 17) e um total de 32000 pessoas assistiram aos shows, numa época em que o "Dark Side of The Moon" atingia cinco milhões de cópias vendidas.
Por sinal, o show do dia 14 também é apontado por Gilmour como o mais fraco de toda a turnê daquele ano por causa de problemas com o equipamento. Tudo corrigido, esta performance do dia 16 é espetacular.
O Pink Floyd virara um super grupo e o papo agora eram mega-shows, estádios cheios e muita, muita pressão. O diálogo entre David Gilmour e a platéia, entre as músicas "Sheep" e "Dogs" mostra a relação da banda com o passado e com que eles queriam para o futuro: tocar músicas novas e viver um novo repertório; não era mais 1967, eles estavam em 1974 !
Este bootleg contém duas horas e vinte minutos de um show imperdível, muito bem gravado e muito, muito bem executado. A gravação não apresenta divisões nas músicas do "Dark Side", figurando como apenas uma faixa no disco; e isto é muito legal porque você tem que ouvir a execução inteira! No final eles ainda voltam para um "encore" com "Echoes", fechando uma noite realmente sensacional.

CD 1 - 1) Shine On Crazy Diamond 2) Raving And Drolling (Sheep)
3) You gotta Be Crazy (Dogs) 4) Dark Side of The Moon.


CD 2 - 1) Dark Side of The Moon 2) Echoes

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pink Floyd - Any Colour You Like - (29/11/1972)


Esta apresentação do Pink Floyd na França, no final de 72, já apresenta um "Dark Side of The Moon" mais lapidado em relação à gravação de fevereiro abaixo. Os solos de guitarra já se apresentam próximos ao do disco, mas "On The Run" e "Any Colour You Like" ainda são excelentemente diferentes, "Money" é uma porrada e "Great Gig in The Sky" ainda não tem voz, mas já conta com o piano. Um detalhe é que, até este ponto de sua carreira, o Pink Floyd ainda se apresentava sem músicos de apoio, só com os quatro integrantes no palco. E isso é um baita detalhe porque dá para se ter a noção exata do que era a sonoridade do Pink Floyd ao vivo. Músicos de apoio só apareceriam no ano seguinte, muito por causa de Dick Parry, saxofonista em "Money e "Us and Then", e Clare Torry com sua espetacular vocalização em "The Great Gig in The Sky". Levada por Allan Parsons, então tecnico de som do "Dark Side of The Moon", fez duas tomadas e meia da música e a imortalizou num improviso contagiante. Mais tarde Claire ganharia uma ação na justiça pela co-autoria da música. Neste link você pode conferir uma ótima entrevista sobre sua participação com o Floyd:
http://www.brain-damage.co.uk/other-related-interviews/clare-torry-october-2005-brain-damage-excl.html

Voltando ao bootleg, além de uma belíssima apresentação do "Dark Side" ainda traz um "encore" de mais meia hora com "Echoes" e "One of These Days", esta uma pedrada. A qualidade sonora é boa com alguma distorção e, como um bom bootleg dos anos 70, roda um pouco mais rápido que o normal, devido a ter sido gravado em vinil de alta capacidade, recurso usado na época para que coubessem mais músicas em cada lado do disco. Dá para corrigir fácil no Sondforge, por exemplo, mas preferi manter a "originalidade" do bootleg.
O Pink Floyd fez cerca de 85 shows em 1972, e mais 17 em 73, passando de 100 apresentações, até março, mês de lançamento do "Dark Side" . O primeiro show é o abaixo, "Best of Tour 72", e este aqui é aproximadamente o de número 77 , se minha fonte não me trair (eterno dilema dos pesquisadores). Já no disco oficial, os vocais de Clare Torry e o saxofone de Dick Parry dão nova cara ao trabalho final, além de influenciarem no futuro dos shows da banda, pois eles não mais se apresentariam só os quatro no palco.
É muito interessante acompanhar a evolução das apresentações do "Dark Side" e como eles foram chegando ao trabalho final. Além de "Echoes" e "One of These Days" esta gravação não traz os cortes em "Time" e "Us and Then" do show de fevereiro no Rainbow Theatre. Estes discos são a exata noção do potencial do "Dark Side" ao vivo na época, principalmente, interpretado e apresentado apenas por seus criadores.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Pink Floyd - Best Of Tour 72 (17/02/1972)


No post abaixo coloquei que já haviam bootlegs do "Dark Side of The Moon" antes de seu lançamento oficial; bom, este é um deles. Na verdade, este bootleg não é um disco qualquer. É uma gravação histórica pois trata-se da primeira apresentação ao vivo do "Dark Side", no Rainbow Theatre, em 17 de fevereiro de 1972 - eles tocaram de 17 a 20 e o disco seria lançado um ano depois. Este show, tido como memorável, é também descrito como uma virada na carreira do Pink Floyd, pois apresentava uma sonoridade completamente diferente das viajens espaciais e lisérgicas de antes. Para executar o show foram montados nove toneladas de equipamentos e um total de 12000 pessoas assistiram estas apresentações com ingressos esgotados todas as noites.
Na gravação algumas músicas estão cortadas, mas a única perda sensível é "Us And Then". A performance da banda é magnífica e a diferença da sonoridade deste Floyd em relação a outubro de 71, no bootleg "Echoes" abaixo, com quatro meses de diferença, já é bastante perceptível. Vale a pena conferir a mudança do estilo do Pink Floyd ao vivo e contemplar uma apresentação interessantíssima, com instrumentais diferentes nas músicas que ainda não estavam totalmente prontas - "Great Gig in The Sky" é um esboço, "On The Run" é o bicho, o solo de "Time" é uma viajem... e por aí vai...
A qualidade da gravação é ótima.

1. Speak To Me /Breathe 2. On The Run 3. Time 4. Breathe (Reprise) 5. The Great Gig In The Sky 6. Money 7. Us & Them 8. Any Colour You Like 9. Brain Damage 10. Eclipse.

Esse show... no início de 1972... com os aparatos visuais que o Floyd usava ... e eles no auge criativo...
"there is no dark side of the moon really…matter of fact it is all dark".


domingo, 28 de outubro de 2007

Pink Floyd - The Dark Side of The Moon (1973)


Falar deste disco é chover no molhado. Qualquer site de buscas lhe dará o predigree dele e todos os seus records de vendas, pemanência em paradas, execução em rádios, e o que mais você quiser saber sobre ele. Também tem um DVD que fala tudo sobre a obra , como foi feito e etc (é ótimo, vale a pena).
A primeira vez que ouvi algo do Dark Side foi a introdução de "Time" na abertura do seriado "O Sexto Sentido", que passava na televisão, quando eu tinha uns dez anos de idade. Depois corri atrás de uma gravação e no início dos anos 80 ganhei o disco de presente do meu pai, sendo o primeiro disco da minha coleção do Floyd.
Além de genial, musicalmente falando, eu destaco as letras, todas escritas por Waters, e que são muito inteligentes e maduras. Não fazem o estilo "eu acredito em duendes" ou "ventos cósmicos que ressoam no infinito"; não seguem os parâmetros de "Astronomy Dominé" ou "Echoes", por exemplo. Elas vão direto no seu cotidiano, perguntam o que você faz com seu tempo, onde você quer estar, chegar, ou o que vale a pena fazer ou ser. A viajem ali é real, ou a própria realidade. Não é por acaso que é o primeiro disco do Floyd com as letras publicadas. No vinil ficavam na parte de dentro (a capa abria), logo abaixo da linha cardíaca com as cores do prisma. Demais!
A primeira vez que li a letra de "Time", eu devia ter uns 13 ou 14 anos e achei horrível e sem sentido. Aos 30 ela tem tudo a haver e aos 40 você ainda se pergunta como o cara sacou aquilo e colocou numa letra de música.
"Dark Side" vira definição do que é um disco conceitual, até no visual. A capa é uma das mais progressivas já inventadas. Por exemplo, os desenhos de Roger Dean para capas do Yes, são belíssimos, obras de arte. Mas aquele prisma foi uma idéia genial, daquelas que bate direto no cerebelo, grava e você sempre associará a imagem à marca. Foi o exemplo de "Aton Heart Mother" de 1971, onde a capa ficou mais conhecida que o disco: era o disco da vaca. A vaca não virou símbolo do Floyd, mas este prisma é uma marca tão forte quanto ao porco de "Animals", de 1977 . O rótulo do vinil do Dark Side era o prisma apagado, que girando na pick-up dava um efeito quase que hipnótico. O bolachão também não tinha divisão das músicas de forma aparente, e você ficava olhando fixamente para o momento em que acabava uma música e começava outra, para identificar o tamanho da música e decorar sua posição no vinil.
A interatividade é algo que se perdeu bastante com a passagem do vinil para o CD. Antes todo o manuseio com o disco até que ele tocasse criava uma maior interação entre a obra e seu apreciador do que os CDs de hoje, ou melhor, de ontem, ao vinil estaremos nos referindo ao outrora. O contato direto que havia com o objeto criava uma aproximação maior, tanto com a obra concluída quanto com a própria peça construída. Com esta observância, todos os passos para se ouvir um disco já lhe "preparava" cognitivamente para uma interação maior com a obra. Ao menos toda vez que você quizesse ouvir o disco teria que virar o lado do disco, e assim, olhar, manusear, interagir. Sentir o "aroma" de um disco de vinil ao ser retirado da capa e ir para o prato.
O início com as batidas do coração, as vozes, os risos, o grito e a entrada dos músicos em "Speak To Me" (do Mason!) era uma abertura prefeita para um disco de progressivo enquanto "Time", "Money", "Us And Then" e "The Great Gig In The Sky" (uma música impressionantemente inimitável) eram um estrondo comercial, tocando com facilidade em rádios, boates e televisão. Com este disco o progressivo acontece em todo lugar, em todas as mídias, em todas as cabeças; até nas que não entendiam nada disso. Todo esse sucesso trouxe muitas críticas à banda por uma suposta rendição ao business, mas a verdade era que o som do Floyd era realmente muito bom, tanto técnica quanto criativamente. A obra é genial e não passaria despercebida, mesmo com a mídia já esperando algo grande do Floyd, após o sucesso de "Meddle" e "Live at Pompeii", que já dava uma idéia do que viria adiante, e com alguns bootlegs já disparados antes do disco oficial. Toda a espera foi justificada, mas nada seria igual na carreira do Pink Floyd depois disso.

sábado, 27 de outubro de 2007

Pink Floyd - Echoes (12/10/1971)


"Echoes" é realmente uma música que me impressiona, principalmente no solo do Gilmour. Abaixo relacionei um show que é tido como a melhor Echoes já registrada ao vivo, mas esta aqui também não faz feio; e é anterior àquela muito boa mensionada, criando até dúvida de qual a melhor, levando-se em consideração a diferença de um ano nas datas. Esta gravação é de 12 de outubro de 1971, em Londres, com qualidade sonora elogiável e ainda tem as faixas "One of These Days" e "Fat Old Sun" em ótimas apresentações. É um CD curto, na verdade do tamanho de um disco de vinil, na casa dos 47 minutos.
Outra coisa interessante é que o LP Meddle só seria lançado em 05 de novembro daquele ano, ou seja, "Echoes" e "One Of These Days" já eram conhecidas do público. Por sinal, o Pink Floyd fazia muito isso de apresentar as músicas antes em shows que não eram propriamente de lançamentos destas. Assim, percebiam e reação do público e acertavam detalhes da música até estar pronta e ir para "bolacha". Isso foi muito usado no "Dark Side of The Moon", "Wish You Were Here" e "Animals". Os dois primeiros, por exemplo, foram apresentados um ano antes de serem oficializados enquanto as músicas "Dogs" e "Sheep" eram apresentadas em forma embrionária em 1974. Só seriam lançadas em disco em 1977, com o "Animals".
Gosto muito deste disco, todas as músicas estão bem tocadas. Por sinal, eu tenho ele em vinil também e era comercializado como "Floyd's of London".

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Pink Floyd - Obscured By Clouds (1972)


Então falávamos do fim do Pink Floyd "underground" e do próprio psicodélico floydiano dos anos 60. Entramos em uma era onde o Pink Floyd seria reconhecido como um mega-star do rock, referência em progressivo e, principalmente, com um estilo único, inimitável, diferente de outras bandas como Genesis ou Emerson, Lake & Palmer por exemplo, que sempre surgia algo parecido.
Lançado então depois de Meddle, este disco é nada menos que o precursor do grande e aclamado "Dark Side of The Moon". E o que que ele tem a haver com seu sucessor? Absolutamente nada. Obscured by Clouds é um disco de canções, mais uma trilha sonora, desta vez para o Filme "La Vallée" de Barbet Schroeder, o mesmo de "More", de 1969, que era considerado um diretor de cinema de vanguarda à época na França, junto com Godard e Rivette.
O disco traz o Floyd afastado dos temas conceituias e dos elaborados sons progressivos, progressivados e progressivantes (parodiando Bourdieu) que eram suas características. Não que o estilo deixará de existir, mas vai mudar e iniciar uma fase áurea, não só do Floyd, mas como do rock progressivo em geral. O progressivo explode no mundo na década de 1970 e é lá que estão os seus maiores destaques, é lá que está o que de melhor foi produzido. E nesta explosão, a marca Pink Floyd sempre esteve presente.
Ou seja, sobre o disco, você não tem que prestar muito a atenção nele como tinha que fazer nos anteriores e nem como passará a fezer nos posteriores; tem apenas que curtir.
Na minha opinião este disco é como se realmente desse uma parada entre os estilos da banda, o anterior e o que seguiria para frente, sem ele ter nada a haver com um ou outro.
Esse progressivo que virá depois, com grande qualidade técnica, letras brilhantes e um forte apelo comercial, deu muito certo e fez do Pink Floyd uma potência de vendas tão grande a ponto do "The Wall", de 1979, ser o disco de Rock mais vendido da década de 1970, e ele era duplo.
Portanto, Obscured By Clouds pode até passar despercebido na discografia da banda e, se você não parar para observá-lo, não saberá que existe algo entre o Meddle e o Dark Side. E exatamente por não ser um disco progressivo-cabeça, é interessantíssimo no ponto de vista conceitual, ou seja, sem conceito, apenas um disco de canções.
E boas.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Pink Floyd - The Return of The Sons of Nothing (15/11/1972)


Escrevi abaixo que David Gilmour tocou em seu show em Paris a música "Echoes". Fiquei pensando o quão impressionante é a sonoridade desta música ao vivo. Por sinal, não só "Echoes" mas o Pink Floyd ao vivo é realmente espetacular, exatamente pela sonoridade de suas músicas e pela potência das performances de seus integrantes. Este Bootleg, excelentemente gravado em 15 de novembro de 1972, em Böblingen, Alemanha, traz além da "Echoes", versões explosivas de "One of These Days" e "Careful With That Axe, Eugene". Digo explosivas porque ambas estão bem "pesadas", barulhentas, psicodélicas e com uma grande dose de improvisos em relação às versões originais. Ou seja, estão espetaculares! Embora seja um show de 1972, quando o LP Meddle já havia sido lançado, "Echoes" é apresentada como "Looking Through The Knotholes in Grannys Wooden Leg"; e esta versão é tida como a melhor apresentação desta música registrada ao vivo. Ao menos, das que eu tenho, esta realmente é muito boa.
Este Bootleg é raríssimo e na contra capa vem escrito "Limited Edition of 2000 copies".
Bom, verdade ou não, esta é uma delas.

domingo, 21 de outubro de 2007

David Gilmour - On A Island (2006)


Ainda sobre o show do Gilmour, apresento agora o CD que foi motivo de sua turnê.
Este disco mostra, acima de tudo, um artista de bem com a vida e em paz. Calmo, sereno, bem tocado e bastante floydiano, principalmente da fase pós Waters, este disco tem muito mais do "Division Bell", do Pink Floyd, que seus solos anteriores tinham de qualquer outro trabalho do Pink Floyd. Gilmour está compondo, cantando e, principalmente, tocando muito bem. No disco ele ainda toca baixo, piano, percussão, saxofone, harmmond organ, bass harmonica (um tipo de gaita, grave) e cümbüs (um instrumento inventado por Zeynel Abidin em Istanbul por volta dos anos 20 do século passado e que muito se parece com um banjo). O cara trabalha, e trabalha bem.
No seu excelente DVD "In Concert", de 2002, Gilmour apresenta uma belíssima música, até então inédita, chamada "Smile", que está neste disco e dá também uma boa idéia da toada do som. Esta versão do CD postada aqui, vem com um maravilhoso bonus track instrumental de seis minutos chamado "Island Jam", que foi comercializado em um "single" junto com o CD e lançado exclusivamente nos EUA, exatamente para promover a turnê americana.
Para os fãs de Gilmour, como eu, é uma grande satisfação, e um grande orgulho, ver que ele é um músico que sempre se aprimorou tecnicamente, que estudou e aprendeu a tocar outros instrumentos e, principalmente, continua lançando trabalhos de excelente qualidade.

sábado, 20 de outubro de 2007

Show do David Gilmour, noite mágica em Paris (13/03/06).


Em março de 2006, tive a oportunidade de assistir, em Paris, ao show do David Gilmour, guitarrista do Pink Floyd, lançando seu último trabalho solo, o CD "On A Island". A banda ainda contava com, nada mais, nada menos, o tecladista original do Floyd, Richard Wright e o saxofonista Dick Parry, o mesmo que toca nas músicas "Money" e "Us And Then", do "Dark Side of The Moon" de 1973, e "Shine On You Crazy Diamond", do "Wish You Were Here" de 1975, dois discos obrigatórios do Pink Floyd.
O lugar, a tradicional casa de espetáculos Olympia, a mais antiga de Paris, estava lotado e os ingressos esgotados há semanas. A única maneira de conseguir um na hora, era através de cambistas que estavam por toda parte em frente ao local do show. E esta foi minha sorte, pois foi assim que consegui o meu ingresso, pagando a bagatela de 130 euros (o normal seria 90).
Ouvir um disco do Pink Floyd ou do próprio David Gilmour já é uma experiência sensacional no ponto de vista técnico e criativo. Mas a sonoridade da guitarra e da voz de Gilmour, ao vivo, realmente explicam o sucesso que arrebata seus trabalhos. Músico exemplar, Gilmour melhora suas habilidades com o passar dos anos. No show toca saxofone em "Red Sky at Night", do seu novo CD; sua voz está ótima e sua técnica perfeita, tanto na guitarra elétrica ou havaiana, quanto no violão; e ainda demonstra simpatia e empatia ímpares com a platéia, que diferente dos pobres mortais sul-americanos, estão acostumados a vê-lo, de longa data, inclusive com o próprio Pink Floyd (Gilmour morou na França quando jovem e se comunica fluentemente em Francês). E falando em Floyd, ele abriu o show com "Shine on You Crazy Diamond", inteira, começando já aí o encantamento da noite; detalhe: o palco tem cerca de um metro e maio de altura, fazendo com que a distância do artista para a platéia seja mínima. Tocando depois seu disco novo inteiro, completou a primeira parte do show com "The Great Gig in The Sky", do "Dark Side of The Moon".
Após um breve intervalo, veio a segunda parte do show, toda dedicada ao Pink Floyd. Para minha surpresa relembrou canções do "Obscured By Clouds", de 1972, e tocou "Echoes", do "Meddle", de 1971, esta para mim, o ponto alto da noite, por se tratar de uma música em que os vocais originais no disco são do Gilmour e do Wright. Ou seja, para assistir a uma "Echoes" cantada com as vozes e guitarra originais do Floyd, só na década de 70 ou na noite de 13 de março de 2006, no Olympia, em Paris.
Aqui disponibilizo as fotos que tirei e uns AVIs que consegui registrar. Infelizmente não tinha um cartão de 4 GB na máquina para registrar tudo; mas o que importa? O que importa!? O que importa é que eu estava lá.
Shine on!
http://www.mediafire.com/download.php?6tjojhoxdfo

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Stevie Ray Vaughan - Spring Break 87


Dos muitos guitarristas Hendrixianos, Stevie Ray Vaughan foi um dos mais técnicos entre todos eles. Embora fizesse um som diferente do mentor, seu negócio era mais o Blues e o Country Rock texano, SRV se destacava pelo talento com que tocava sua guitarra e pelos covers inflamados de Hendrix e de outras lendas do Blues.
Stevie Ray Vaughan morreu tragicamente em 27 de agosto de 1990, com 35 anos de idade, quando o helicóptero que o levava de volta a Chicago caiu segundos após decolar, pouco antes da uma da manhã, depois de um show em Wisconsi, EUA, que teve ainda as participações de Eric Clapton, Buddy Guy, Robert Cray e de seu irmão, Jimmy Vaughan.
Tudo que Stevie Ray Vaughan produziu é bom, mas seus shows eram eletrizantes e a guitarreira comia solto. Este Bootleg, excelentemente gravado em 25 de março 1987, no Ocean Centre de Daytona Beach, traz SRV no pico de sua carreira, no auge de suas performances. Aos amantes do Blues, do Rock, do Country-Rock e, principalmente, da guitarra magistralmente tocada, eis aqui 74 minutos de contemplação de um dos maiores guitarristas que já existiram.
Não tenham dúvidas disso.
Descanse em paz Stevie, esta é minha homenagem.

Deep Purple - In Rock (1970) - Remaster + Bonus track


Já que mencionei o Deep Purple In Rock e a música "Child In Time" na postagem abaixo, devido à polêmica sobre a música "Bombay Clling" do It's a Beautifull Day; deixo então a oportunidade para que se comprove como as introduções das duas músicas são realmente muito parecidas. Porém, muito mais do que isso, este disco representa um marco, tanto na carreira do Deep Purple como na própria trajetória do Rock e, porque não dizer, também do Hardrock e do Heavy Metal. Quarto disco da banda, In Rock é um dos meus preferidos deles pois, além de pesado e muito barulhento, define a guitarra de Ritchie Blackmore, com seus solos inflamados e riffs poderosos e marcantes, como referência do som do Purple. Traz também as estréias em estúdio de Ian Gillan nos vocais e Roger Glover no baixo ( gravaram o ao vivo "Concerto for Group & Orchestra" em 1969), vindos da banda Episode Six em substituição a Rod Evans e Nick Simper, respectivamente. Não só Blackmore como toda a banda se destaca neste disco; Ian Gillan é extraordinário em todo o disco, principalmente em "Child In Time", John Lord faz o teclado pesado que ninguém tinha à época; e Roger Glover e Ian Paice são uma das cozinhas mais competentes da história do Rock.
In Rock é um disco obrigatório, não apenas para quem gosta de Deep Purple, mas para quem gosta de Rock, de "pauleira", de Hardrock e de Heavy Metal; e também para quem gosta de polêmica, pois a pergunta que não quer calar é: "Bombay Calling" e "Child in Time", quem copiou quem?