sábado, 26 de janeiro de 2008

Jeff Beck - Blow By Blow (1975)


Aqui temos Beck já em carreira solo, e mais uma vez, mexendo na banda, mantendo apenas o tecladista Max Middleton. Músico de Jazz, Max era a ponte perfeita para o experimentalismo de Beck. A distância de seu som para o que faziam na época Page e Clapton é assombrosa. A técnica é sempre perfeita e em evolução, mas enquanto os dois últimos estavam cada vez mais enveredados no Rock e no Pop, detonando suas carreiras com o estrelato milionário, Beck conseguia o reconhecimento que perseguia, porém mais da mídia do que do público. Ou até tem o reconhecimento de toda a comunidade roqueira, mas seu público é mais seleto e, conseqüêntemente, menor.
Blow By Blow é um discaço. Uma jam fusion em Jazz-Rock com pitadas de Blues e Funk, onde Beck dispara técnica espetacular. Mas seu som não é de tão fácil assimilação, como são praticamente todos os guitarristas de ponta de sua época. Não que ele tenha sido injustiçado, mas procurou um caminho diferente para seguir, que não foi tão brilhante comercialmente mas tecnicamente foi perfeito. Este disco é todo instrumental e um convite à técnica. Porém, para época em que foi lançado, competindo com "Phisycal Graffite" do Zeppelin, com Clapton vindo do "Ocean Boulevard" e com o ótimo ao vivo na praça "E.C. was here", Jeff Beck ficaria para trás do massivo sucesso que merecia, isso só para citar os companheiros de Yardbirds. No ano seguinte, Beck lançaria o extraordinário "Wired" e voltaria a chamar a atenção, porém não teria o mesmo sucesso deste. Mas isto é assunto para outro post.
Então, aqui não se ouve mais um guitarrista de Rock, mas um gênio destilando sua técnica para contemplação, flerte claro no jazz e fusion, mas os amantes mais ortodoxos do estilo rockado poderão achar um tanto quanto enfadonho.
Acho um discaço, mas para iniciados.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Jeff Beck Group - Out of a Book (Live 1971)


Este bootleg, de uma apresentação em Londres (selo OH BOY, um dos melhores de boots que existe), é tão bem gravado que é difícil acreditar não ter sido oficializado. E não seria nada mal se o fizessem. Além da qualidade sonora e técnica, não há nada oficial ao vivo do Jeff Beck Group nessa época. Esta formação já não conta mais com Rod Stewart e Ron Wood mas, em compensação, tem Cozy Powel na bateria e é a mesma dos álbuns "Rough & Ready" e "The Jeff Beck Group", de 1971 e 1972, respectivamente, últimos trabalhos do grupo e de Beck como "frontman" de uma banda. Este show é pautado nos quatro discos do Jeff Beck Group e mais uma música que seria lançada no "Blow By Blow", de 1975, próximo e mais elogiado trabalho de Beck (atingiu #4 nos EUA) já assumindo carreira solo. Por sinal, neste último, que será postado adiante, nota-se a distância de som entre Beck e Clapton & Page.
Completam a banda Clive Chamen no baixo, Bob Tench nos vocais e Max Middleton nos teclados. Ouvindo um disco como esse, digo, que não foi lançado oficialmente sabe-se lá porquê, é que fico pensando em quantas gravações ou mesmo filmagens de apresentações não foram lançados. Recentemente muita coisa vem aparecendo no mercado, muito graças às técnicas digitais de recuperação de dados, porém é fato que muito foi perdido.
Também ouvindo este disco, podemos contemplar uma apresentação perfeita de um guitarrista diferenciado, com uma banda afiadíssima e que claramente já se afastava do Rock e do Blues que dominavam o cenário musical (ou comercial) da época.

http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-160484544-jeff-beck-out-of-book-bootleg-live-1971-_JM

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Jeff Beck Group - Truth & Beck-Ola (1968/69)

Lendo uma entrevista do David Gilmour na revista Guitar Legends, n° 22, ele diz: "Não sou fã de muitos guitarristas de Rock. Jeff Beck é meu favorito." Não é para se surpreender.
Beck é realmente um guitarrista diferenciado. Ouvindo estes discos de, respectivamente, 1968 e 1969, encontra-se fácil muito do que Gilmour fez na sua carreira.
Estes são os primeiros dois discos do Jeff Beck Group, que contava ainda com Rod Stewart nos vocais, Ron Wood no baixo, Nicky Hopkins no teclado, além de Mike Walter como baterista do primeiro disco e Tony Newman do segundo.
Beck desde cedo já mostrava que além de não conseguir pertencer a nenhum grupo específico, também era difícil os mesmos músicos ficarem com ele. A formação de sua banda variava de disco em disco. Isso é um fato.
Assim também como é fato que ele é realmente bem diferente de seus companheiros de Yardbirds, Eric Clapton e Jimmy Page, estes sim mais parecidos um com o outro, até no estrondoso sucesso de suas bandas: o Cream e o Led Zeppelin.
Já Beck é aquilo que chamamos de guitarrista do futuro, o diferente, tanto na criação como na execução da guitarra. Tanto Clapton quanto Page são grandes guitarristas, um era deus, outro bruxo; mas Beck é gênio - ou como o próprio Gilmour define: "A dammed fine player."
Este som é uma alternativa ao Cream e ao Led Zeppelin da época, mas uma alternativa não porque o som das bandas eram tão diferentes, mas porque o guitarrista era.
E este diferencial era Jeff Beck.