terça-feira, 16 de setembro de 2008

Richard Wright - Broken China (1996)



Morreu ontem Richard Wright, tecladista do Pink Floyd. Membro fundador da banda, foi autor de várias músicas na discografia do grupo. Também era um de seus vocalistas e integrante de destaque na sua fase áurea, ou seja, quando o som do Floyd foi mais progressivo. E a prova disto são seus discos solo. O primeiro, de 1978, Wet Dream, postado abaixo, e este aqui, dezoito anos depois, lançado dois anos após sua ótima participação no último trabalho de estúdio do Floyd, o Division Bell, de 1994.
Como admirador do Floyd, cresci ouvindo Richard Wright e é impossível não me sentir triste com esta prematura partida. Em 2006, pude assisti-lo no show do David Gilmour, com as fotos postadas abaixo, e ele atuou em ótima forma, digo, cantando e tocando muito bem.
Neste disco, Wright mostra a atualização progressivo-eletrônica que havia lançado no Floyd, e que faz seu som ainda estar inserido em um contexto que não existe mais. Sim, Broken China é um disco de progressivo. E bom, coisa raríssima no meio dos 90's. Com ótimos instrumentais, ambientes bem progressivos, melódico e com um som atualizado tecnológicamente, Wright faz um disco moderno em sua construção, mostrando ainda ser um músico bastante criativo. Meus destaques são para "Runaway", um prog-eletrônico instrumental bastante interessante, "Sweet July", outro ótimo instrumental e "Breakthrough", que foi belíssimamente apresentada no DVD lançado por David Gilmour, In Concert, em 2002. Todas as músicas são compostas por Wright, mas as letras não. Por sinal, nenhuma letra é dele. São 16 músicas, oito cantadas, todas por Wright, e duas com Sinead O' Connor ("Breakthrough" e "Reaching for The Rail").
O fato dele só ter composto músicas, ou seja, a parte instrumental, me deixou pensativo e reflexivo. Ouvindo estas músicas, percebe-se claramente a "Aura Floydiana" na veia do disco.
Aqui a homenagem de um fã. O Pink Floyd, definitivamente, acabou.

9 comentários:

Roderick Verden disse...

Grande Mason, eu sabia que você faria uma homenagem a ele. Há mais de 30 anos que curto rock, e posso dizer, com toda convicção, que as maiores alegrias que tive foi ouvindo música. Pink Floyd é a coisa musical que mais gosto, sendo Richard Wright meu músico predileto do grupo. Daí é fácil de notar a importância deste sujeito, pra mim.

Este ano foi o pior da minha vida; entre tantas perdas, minha mãe se foi em 29.08(o pior dia da minha existência). Agora, tomo conhecimento da morte do tecladista do Floyd. Richard Wright foi o maior antisuperstar do rock; subestimado, tinha um talento fora do comum, dono de um estilo só dele! Jamais ouvi uma música tão bonita, como "See Saw". "Summer's 68" é minha segunda predileta do PF. A meu ver, ninguém superou o tecladista em "Sysyphus"! Quem, a não ser Wright, poderia compor uma melodia como "Paint Box"?(curta, simples-psicodelismo puro!).
Quanto ao "Broken China", gosto mais dele ainda do que o "Wet Dream". Minha preferida é "Far from the Harbour Wall". Mas, se não me engano, "Runnaway" e "Woman from Curstel" foram compostas por Anthony Moore.
Vamos ver se será lançado material inédito deste grande músico!
Abraço

Mason disse...

Pois é Rick, este ano está sendo difícil. Quanto as composições, no encarte do CD diz que as músicas são do Wright enquanto as letras são de Anthony Moore e apenas uma de Garry Gordon (Faixa 3, Hidden Fear). Mas passando o encarte estas duas que vc cita são creditadas apenas a Moore. De qualquer forma, este disco realmente me agrada muito, principalmente por ser um disco de prograssivo nos anos 90.
Coisa de Floydiano.
Baita perda.
Abs.

Fernando_oneplusone disse...

Boa Noite a todos. Pela primeira vez hoje acesso este blog.
Quero antes de mais nada desejar meus sentimentos ao Roderick - com quem já troquei idéias em outro blog(Seres da Noite).

A notícia da morte do Rick também me tocou bastante. Sem dúvida um grande cantor(de fato, meu vocalista favorito do grupo), músico e compositor, e em minha opinião era dele a "assinatura" do som da banda. Por algum motivo sempre prestei mais atenção ao som dos caras menos badalados das bandas. Não sou muito fã de superstars, e Rick se encaixava perfeitamente nessa categoria. De fato, o Floyd agora acabou de vez, mesmo que para mim a partir do The Wall a coisa já tenha ficado como que contaminada pela neurose do Roger Waters e já não considerava mais puro "Pink Floyd" aquele disco - era mais um disco-solo do Roger.
Apesar do tempo curto que disponho, espero sempre que possível passar por aqui. Abraços.
Fernando Torres

Mason disse...

Valeu Fernando, apareça. Roderick já é antigo no blog.
Vlw.

Fernando_oneplusone disse...

Grato Mason. Ainda que de forma irregular, como já mencionei no outro post, espero sempre dar uma passada em seu excelente blog. Aliás, seus textos e comentários são muito bons e precisos.

Uma curiosidade: eu tenho também o boot Floyds of London - que vc mencionou em um post - em vinil. A capa, ou seja, a folha de papel típica dos boots, tem um mapa de uma parte do centro de Londres e lá aparece a indicação de várias lojas inclusive a da Varig :)

Roderick Verden disse...

Obrigado, Fernando Torres. Mason, vou te encher a paciência mais um pouco. Li uma entrevista de Roger Waters, falando sobre "The Dark Side of the Moon", faixa a faixa. Ele disse ser o compositor de "Speak to Me", mas que deu um "presente" para Nick Mason. Waters falou também que a maioria da melodia de "Us and Them", foi composta por Richard Wright, mas que o "topline" foi de sua autoria. O que é "topline"? Sempre leio na internet que toda a melodia desta canção foi composta por Wright. Bem, sempre pensei que a parte cantada por Gilmour, fosse de autoria de Waters; Wright seria o responsável pela parte com seu backing vocals e os solos, assim como o trabalho de piano e saxofone.

Outra questão: Li muitas biografias do Pink Floyd, e os anos do nascimento de seus integrantes eram:
Syd Barrett: 1946
Roger Waters e David Gilmour: 1944
Nick Mason e Richard Wright: 1945.

Agora, depois da morte de Wright, a internet e os jornais dizem que o tecladista nasceu em 1943. Em quem acreditar?
Abraço

Mason disse...

Valeram os comentários.
Fernando, o vinil também tinha um rótulo esquisito, com uma criatura em selo branco. Bem tosco. O mapa era cor de abóbora. Um dos meus primeiros boots, bom disco.

Roderick, realmente é estranho Mason ter composto a Speak To Me. Porém ele assina também Any Colour You Like e Time, além de ter uma atuação destacada no disco.
Assim como Wright, pois além de Us and Then, ele ainda assina Great Gig in the Sky, Any Colour You Like, Breathe e Time. Talvez o Waters falou do refrão. Não ligo muito para as picuinhas do Floyd, que são muitas. Meu negócio mesmo é a criação, as preformances, os shows e a história. Como ortodoxo não radical, Aceito o fim do Floyd no Final Cut, embora saiba que o The Wall seja o limite.
Suas colocações só vem a abrilhantar o blog, obrigado.
A minha fonte, um livro que ganhei de irmãos, edição de 1980, traz Wright sendo de 28/07/45. Fico com a minha fonte, mas, em relação à perda, para mim, tanto faz.
Valeu all.
Abs

Fernando_oneplusone disse...

De bnovo meio atrasado nas colocações, mas vamos em frente...
Mason, o boot Floyd´s of London é esse mesmo, com a folha da capa laranja, etc. Aliás, tenho uma suposição: na época, adquiri vários boots, dentre ele o citado, e acho (como disse, somente suponho) que eles eram boots de boots, ou seja, fabricados aqui no Brasil mesmo, a partir dos discos originais. Os selos eram de fato bem toscos, e o material dos vinis tinha manchas. Nada comparável à maioria dos boots originais que tenho.
Abraços, Fernando

Mason disse...

É bem possível sua suposição em relação aos boots serem nacionais. Tudo é possível.
Abs.