
Aqui temos Beck já em carreira solo, e mais uma vez, mexendo na banda, mantendo apenas o tecladista Max Middleton. Músico de Jazz, Max era a ponte perfeita para o experimentalismo de Beck. A distância de seu som para o que faziam na época Page e Clapton é assombrosa. A técnica é sempre perfeita e em evolução, mas enquanto os dois últimos estavam cada vez mais enveredados no Rock e no Pop, detonando suas carreiras com o estrelato milionário, Beck conseguia o reconhecimento que perseguia, porém mais da mídia do que do público. Ou até tem o reconhecimento de toda a comunidade roqueira, mas seu público é mais seleto e, conseqüêntemente, menor.
Blow By Blow é um discaço. Uma jam fusion em Jazz-Rock com pitadas de Blues e Funk, onde Beck dispara técnica espetacular. Mas seu som não é de tão fácil assimilação, como são praticamente todos os guitarristas de ponta de sua época. Não que ele tenha sido injustiçado, mas procurou um caminho diferente para seguir, que não foi tão brilhante comercialmente mas tecnicamente foi perfeito. Este disco é todo instrumental e um convite à técnica. Porém, para época em que foi lançado, competindo com "Phisycal Graffite" do Zeppelin, com Clapton vindo do "Ocean Boulevard" e com o ótimo ao vivo na praça "E.C. was here", Jeff Beck ficaria para trás do massivo sucesso que merecia, isso só para citar os companheiros de Yardbirds. No ano seguinte, Beck lançaria o extraordinário "Wired" e voltaria a chamar a atenção, porém não teria o mesmo sucesso deste. Mas isto é assunto para outro post.
Então, aqui não se ouve mais um guitarrista de Rock, mas um gênio destilando sua técnica para contemplação, flerte claro no jazz e fusion, mas os amantes mais ortodoxos do estilo rockado poderão achar um tanto quanto enfadonho.
Acho um discaço, mas para iniciados.