Morreu ontem Richard Wright, tecladista do Pink Floyd. Membro fundador da banda, foi autor de várias músicas na discografia do grupo. Também era um de seus vocalistas e integrante de destaque na sua fase áurea, ou seja, quando o som do Floyd foi mais progressivo. E a prova disto são seus discos solo. O primeiro, de 1978, Wet Dream, postado abaixo, e este aqui, dezoito anos depois, lançado dois anos após sua ótima participação no último trabalho de estúdio do Floyd, o Division Bell, de 1994.
Como admirador do Floyd, cresci ouvindo Richard Wright e é impossível não me sentir triste com esta prematura partida. Em 2006, pude assisti-lo no show do David Gilmour, com as fotos postadas abaixo, e ele atuou em ótima forma, digo, cantando e tocando muito bem.
Neste disco, Wright mostra a atualização progressivo-eletrônica que havia lançado no Floyd, e que faz seu som ainda estar inserido em um contexto que não existe mais. Sim, Broken China é um disco de progressivo. E bom, coisa raríssima no meio dos 90's. Com ótimos instrumentais, ambientes bem progressivos, melódico e com um som atualizado tecnológicamente, Wright faz um disco moderno em sua construção, mostrando ainda ser um músico bastante criativo. Meus destaques são para "Runaway", um prog-eletrônico instrumental bastante interessante, "Sweet July", outro ótimo instrumental e "Breakthrough", que foi belíssimamente apresentada no DVD lançado por David Gilmour, In Concert, em 2002. Todas as músicas são compostas por Wright, mas as letras não. Por sinal, nenhuma letra é dele. São 16 músicas, oito cantadas, todas por Wright, e duas com Sinead O' Connor ("Breakthrough" e "Reaching for The Rail").
O fato dele só ter composto músicas, ou seja, a parte instrumental, me deixou pensativo e reflexivo. Ouvindo estas músicas, percebe-se claramente a "Aura Floydiana" na veia do disco.
Aqui a homenagem de um fã. O Pink Floyd, definitivamente, acabou.